TEMPO

Janeiro foi anteontem, passou maio e já estamos em agosto. Não importa a idade ou a latitude onde se vive. Toda semana nos sentimos roubados em alguns dias. O tempo está acelerado.

A ciência pode dar uma explicação para essa mudança de ritmo que pode não passar de uma mera sensação. Em 1952, W. O. Schumann, físico alemão constatou que a Terra é cercada por um poderoso campo eletromagnético que se forma entre o solo e a parte inferior da ionosfera, um pouco acima de nós. . Esse campo possui uma ressonância mais ou menos constante da ordem de 7,83 pulsações por segundo – pulsação idêntica a todos os vertebrados e também de nosso cérebro.

Por milhares de anos o ser humano pulsou junto com o coração da Terra. Mas a partir da década de 80,as pulsações pularam de 7,83 para 11 e 13 hertz por segundo. É como se o coração da Terra disparasse.Coincidência ou não, os desequilíbrios ecológicos se intensificaram. Segundo esta teoria, nosso velho dia de 24 horas possui na real apenas 16 horas.

Mas foi o tempo que acelerou nosso ritmo ou nós que aceleramos o tempo?

Falando ainda em teorias, um economista que eu não me recordo o nome, disse que se a humanidade trabalhasse apenas três horas por dia, haveria emprego para todos e isso fomentaria ainda outros setores, como o lazer, já que as pessoas teriam mais tempo para se despreocupar, se exercitar e investir no seu bem estar e no convívio com a família. É justamente neste ponto que ele via o entrave de sua teoria: estariam as pessoas preparadas para ter tempo?

Apesar de parecer subjetivo, o tempo é real e passa. Quando nos damos conta o ontem já foi faz tempo e o amanhã já se tornou hoje.
A verdade da sensação de que não sobra tempo para nada é que não dominamos o nosso tempo. E não nos dominamos dentro do tempo. Simplesmente deixamos que o tempo tome conta de nossas vidas, nos afastando do que realmente é importante. Vivemos o tempo passado e ansiamos o futuro. E estar presente no tempo é meditar.

É preciso desacelerar. Puxar o freio de mão deste meio de vida que nos escravizou.

Tempo não é dinheiro. Tempo é arte!

Anna Frota